Leia+
Síndrome de Down e cardiopatia congênita
21/03/2024
Vacina contra a dengue no SUS
16/02/2024
21/03/2024
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de metade das crianças com Síndrome de Down tem alguma cardiopatia congênita. Destes, 50% têm indicação cirúrgica até os três anos de idade. O melhor momento da indicação cirúrgica passa por uma série de fatores como, por exemplo, a repercussão da cardiopatia, que pode levar à hipertensão pulmonar, e o contato da criança com vírus respiratórios, que pode prejudicar a evolução dos sintomas e atrasar a cirurgia, além de trazer sequelas respiratórias.
Os três primeiros anos de vida do paciente com Síndrome de Down são muito importantes para o desenvolvimento motor. É nesse período que eles desenvolvem sua relação com o meio ambiente no sentido de interagir fisicamente. Aprender a alcançar objetos e deslocar-se são indispensáveis para, mais tarde, desenvolver a linguagem e suas relações sociais.
Segundo Kelly Abud, diretora do Serviço de Fisioterapia do InCor, uma criança com Síndrome de Down internada para cirurgia tem grandes restrições em seu contato com o meio, seja pelos sintomas da cardiopatia, seja pelo próprio procedimento. Com isso, as chances de atrasar o desenvolvimento motor aumentam. Por isso, a avaliação feita por um fisioterapeuta é muito importante, desde o pré-operatório até a alta hospitalar. Além do cuidado para manter os pulmões livres de secreção e expandidos, o fisioterapeuta é o profissional que sugere o melhor momento e o melhor tipo de estímulo à motricidade.
No InCor, a equipe de fisioterapeutas é especialista em cuidar de crianças com Síndrome de Down e cardiopatias congênitas, considerando todos os aspectos do desenvolvimento e pensando na inclusão social dos nossos pacientes.
-
Kelly Abud
Fisioterapeuta
CREFITO-3: 17881-F
29/02/2024
Celebrado sempre no último dia de fevereiro, o Dia Mundial das Doenças Raras é uma data importante para a conscientização sobre a existência de diversas condições que, mesmo sendo raras, impactam a vida de milhões de pessoas, trazendo desafios únicos e complexos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 13 milhões de brasileiros têm alguma das doenças classificadas como raras – em geral são crônicas, progressivas e que afetam a qualidade e reduzem a expectativa de vida dos pacientes. Há mais de 6 mil doenças catalogadas e, entre essas, está a doença de Anderson Fabry – ou apenas doença de Fabry.
A doença de Fabry é uma condição genética hereditária que afeta cerca de 1 em 40.000 a 60.000 pessoas, em sua grande maioria indivíduos do sexo masculino. Ela causa uma deficiência na enzima responsável por metabolizar gorduras, levando a um acúmulo prejudicial em várias partes do corpo. Os sintomas variam, podendo ocorrer nódulos na pele, problemas oculares, insuficiência renal e até doenças cardiovasculares, como arritmias, infarto agudo do miocárdio ou insuficiência cardíaca.
O Dr. Fábio Fernandes, diretor da Unidade Clínica de Miocardiopatia e Doenças da Aorta do InCor, alerta para a importância do diagnóstico precoce das doenças raras, como a doença de Fabry, ainda muito negligenciadas. Com o tratamento adequado, no momento certo, é possível controlar os sintomas e permitir ao paciente uma vida com mais qualidade e menos sofrimento.
-
Dr. Fábio Fernandes
Médico Cardiologista
CRM-SP: 75597
16/02/2024
A vacinação contra a dengue no Brasil, iniciando com crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, é uma resposta crucial à recente epidemia intensificada pelas mudanças climáticas em 2023, que trouxeram a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus no país. E O fenômeno El Niño contribuiu ainda mais para essa situação incomum.
A aprovação da vacina QDENGA® (TAK-003) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma esperança adicional na luta contra a doença. Com base em 19 estudos e mais de 28 mil participantes, a vacina tetravalente será administrada em duas doses, visando a prevenção da dengue em indivíduos de 4 a 60 anos.
O início da vacinação em fevereiro, focando nas faixas etárias mais propensas a complicações, terá os esforços concentrados em municípios com mais de 100 mil habitantes e alta incidência de dengue, reforçando a importância de medidas preventivas e destacando o papel crucial da vacinação na saúde pública.
Vale ressaltar que a imunização não é indicada para idosos, gestantes, lactantes e pacientes imunodeprimidos.
A imunização contra a dengue é um passo importante no controle da doença. Mas, igualmente importante, é a participação da população no combate ao mosquito Aedes aegypti. Não deixe água parada em vasos, pneus ou qualquer recipiente. Limpe as calhas e mantenha piscinas e caixas d'água fechadas e não esqueça do repelente. E fique de olho nos sintomas, como febre alta, dor de cabeça e nas articulações. Ao primeiro sinal de infecção, procure a unidade de saúde mais próxima da sua residência.
-
Profa. Dra. Tânia Strabelli
Médica Infectologista
CRM-SP: 48217 | RQE: 114242
Diretora da Unidade de Controle de infecção Hospitalar do InCor
Dra. Nana Ikari
Médica Cardiologista
CRM-SP: 36243 | RQE: 16311
Diretora da Unidade de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatia Congênita no Adulto do InCor
Dra. Vanessa Guimarães
Médica Cardiologista
CRM-SP: 118641 | RQE: 52170
Cardiologista Pediátrica da Unidade de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatia Congênita no Adulto do InCor
01/02/2024
As doenças cardiovasculares representam 30% das mortes no Brasil e são a maior causa de morte no mundo (Malta et al, 2020). A evolução das ômicas e das testagens de biomarcadores demonstram um potencial diagnóstico, para estratificação de risco e para manejo clínico que vai além de um grupo de doenças mendelianas com fenótipos extremos. Entretanto, os testes genéticos para as doenças cardiovasculares encontram inúmeras barreiras e são realizados de maneira reativa e para um número pequeno de pacientes e não de forma antecipativa e sistêmica.
As barreiras vão além do acesso, devido aos custos e a dependência de instrumentação e insumos importados, e incluem a falta de capacitação de profissionais de saúde e de critérios para testagem e interpretação dos resultados. Outro desafio é como integrar estes dados às linhas de cuidado levando-se em conta dados clínico-laboratoriais, epidemiológicos e familiares para a construção de estratégias diagnósticas e de manejo clínico-terapêutico individualizadas.
O Centro de Medicina de Precisão em Cardiologia (CardioGen) foca suas atividades nestas lacunas e disponibiliza o diagnóstico molecular e a sua interpretação, os processos e a capacitação de médicos e não médicos para integrar estes dados às linhas de cuidado e fornece as bases para o relacionamento com o paciente e familiares por meio de aconselhamento genético.
Para estas atividades, o CardioGen implementa estratégias para utilização de biomarcadores genéticos para aumentar a eficiência no diagnóstico, estratificação de risco e manejo de doenças cardiovasculares por meio de atividades que incluem:
> Estabelecer e validar estratégias para determinar a base molecular associada às doenças cardiovasculares em modelo de medicina de precisão individualizada extensiva a familiares quando houver indicação.
> Estabelecer processos para incorporação destas informações diagnósticas às linhas de cuidado e manejo clínico-terapêutico destas patologias.
> Determinar o espectro e frequência de variantes genéticas associadas as doenças cardiovasculares encontradas na população estudada.
> Ser referência e treinar as equipes dos centros colaboradores (médicos e não médicos) quanto a critérios para solicitar e interpretar os resultados considerando-se os dados clínicos, epidemiológicos e familiares dos pacientes.
> Oferecer aconselhamento genético aos participantes e familiar és rastreamento clínico e/ou genético de familiares quando houver indicação.
Por meio de uma equipe multidisciplinar, o CardioGen oferece:
> Avaliação da necessidade de realização de testes genéticos para doenças cardiovasculares (com base na suspeita clínica, história familiar, dados clínico- laboratoriais e, quando necessário, complementados por investigação adicional e especializada das alterações de ritmo cardíaco e da estrutura e função miocárdica por meio de ecocardiografia).
> Discutimos a pertinência do teste e antecipamos potenciais desfechos para o paciente e para os familiares por meio de entrevista com profissionais especializados.
> Disponibilizamos acesso as diferentes plataformas para identificação de alterações genéticas por sequenciamento de DNA.
> Analisamos e interpretamos os resultados da investigação genética.
> Realizamos consultas pós-teste presenciais e a distância para discutir os resultados do laudo médico da avaliação genética e as recomendações da equipe para o paciente, seus familiares e profissionais de saúde que o assiste.
Como ser atendido?
O atendimento é voltado para pacientes com suspeita clínica de doença que pode se beneficiar da investigação genética para fins diagnósticos, classificação de risco e manejo clínico do paciente e de eventuais familiares. Para pacientes em tratamento na rede pública de saúde, o encaminhamento deve ser feito pela equipe médica responsável pelo atendimento.
Para saber mais sobre o CardioGen e os serviços oferecidos, acesse: https://cardiogen.incor.usp.br
10/01/2024
Alexander Martinez, de apenas 15 anos, se tornou a primeira pessoa na América Latina que nasceu com “metade do coração” a receber um ventrículo artificial, dispositivo auxiliar que pode ser usado para apoiar pacientes com insuficiência cardíaca, em procedimento realizado no InCor pela equipe liderada pelo Dr. Luiz Fernando Caneo.
Alexander nasceu com ventrículo único funcional, que é quando o coração não tem as duas câmaras de bombeamento (ventrículos) funcionando separadamente, como deveria. Com isso, ele precisou ser submetido a três cirurgias cardíacas.
Com o passar dos anos, mesmo com esses três procedimentos, a situação evoluiu para insuficiência cardíaca (quando o coração não consegue bombear a quantidade de sangue de que o corpo precisa) e hipoxemia (oxigenação sanguínea baixa). Somado a isso, um transplante não era indicado devido à ausência de uma artéria pulmonar.
Assista a reportagem e saiba mais sobre o procedimento cirúrgico.
17/03/2023
De forma inédita na América do Sul, instituição passa a utilizar protocolo com suporte de tecnologia de imagem para desobstrução de artérias em tratamento minimamente invasivo
O InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) é a primeira instituição na América do Sul a utilizar inteligência artificial (IA) em um procedimento de angioplastia como apoio para a desobstrução de artérias de pacientes. Os primeiros casos começaram a ser tratados em março, por equipe de cardiologistas do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, em pacientes com histórico de infarto e que precisavam passar por uma angioplastia.
A partir de uma plataforma de imagem de tomografia de coerência óptica (OCT) com o novo Software Ultreon 1.0, desenvolvido pela Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, cardiologistas do InCor serão pioneiros no protocolo para tratar a obstrução de vasos e artérias coronárias de forma minimamente invasiva.
A angioplastia é o principal tratamento para infarto agudo do miocárdio e o método mais utilizado para desobstruir as artérias do coração em caso de angina (dor no peito). Entre os procedimentos minimamente invasivos registrados no instituto, a angioplastia é o segundo em maior volume, com cerca de 200 realizadas ao mês, atrás apenas de cateterismo.
“Esta tecnologia inovadora terá grande benefício clínico para o tratamento de nossos pacientes, diminuindo chances de intercorrências e a necessidade de uma nova intervenção”, ressalta o presidente do Conselho Diretor do InCor, Dr. Roberto Kalil Filho.
O InCor também será o primeiro centro de referência para treinamento de especialistas do Brasil e de outros países para uso da tecnologia, que participarão de procedimentos e aulas na instituição. “Além de estar na vanguarda da inovação com a incorporação e lançamento desta plataforma, o InCor se reafirma como hospital referência para formação e preparação de especialistas na prática médica”, ressalta o Dr. Alexandre Abizaid, diretor do Departamento de Cardiologia Intervencionista.
O procedimento consiste em colocar stents nas artérias bloqueadas (por gordura ou cálcio, por exemplo) para liberar o fluxo sanguíneo e evitar o risco de um novo infarto. De acordo com Dr. Carlos Campos, médico assistente do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do InCor e coordenador da incorporação da tecnologia na unidade, “esta integração de inteligência artificial a um procedimento minimamente invasivo vem para transformar e melhorar a cardiologia intervencionista e o tratamento a pacientes.”
O sistema de imagem combina a tomografia de coerência óptica (OCT) com a automação da inteligência artificial e do algoritmo para fornecer, em tempo real, dados e imagens mais aprimoradas e abrangentes da artéria que precisa ser desobstruída. Com isso, o profissional médico tem condições para tomar decisão sobre o melhor caminho para o tratamento, antecipar riscos e diminuir as chances de um novo procedimento.
“A inteligência artificial realiza uma análise automática das características da placa que está entupindo a artéria e isso nos permite planejar com muito mais precisão a estratégia e a qualidade do implante do stent. Para nós é como ver a perspectiva interna da artéria, como uma visão de microscópio”, explica Dr. Carlos Campos.
À medida que cardiologistas continuam a adotar a OCT e se distanciam de métodos tradicionais de imagem, como a angiografia, tecnologias emergentes como a de Ultreon são essenciais para determinar o melhor rumo de atendimento ao paciente. Dados recentes mostram que quando a OCT é combinada com o algoritmo MLD MAX da Abbott, um fluxo de trabalho padronizado, ajuda a orientar e otimizar as decisões de implante de stent e os médicos alteram sua estratégia de tratamento em 88% dos bloqueios de artérias coronárias.1
“O lançamento desta tecnologia no Brasil demonstra o compromisso da Abbott com a inovação contínua na comunidade vascular global por meio dos mais recentes dispositivos e tecnologias médicas”, diz Mara Rinaldi, Gerente Geral da Divisão Vascular da Abbott no Brasil.
Referência:
21/03/2024
16/02/2024