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InCor divulga pesquisa inédita sobre cigarros eletrônicos
29/11/2024

Estudo revela que os níveis de nicotina nos usuários de cigarro eletrônico podem ser até seis vezes superiores aos encontrados em fumantes de cigarro convencional
O InCor, em parceria com a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e o Laboratório de Toxicologia da Rede Premium* de Equipamentos Multiusuários da FMUSP, divulgou os resultados de um estudo inédito realizado com mais de 400 usuários de cigarros eletrônicos, frequentadores de bares, shows e eventos no estado de São Paulo, incluindo a capital. O estudo teve como objetivo avaliar o comportamento, percepção de risco, perfil socioeconômico e hábitos dos usuários - além de medir os níveis de nicotina nos produtos consumidos.
A coordenadora da pesquisa e diretora Programa de Tratamento do Tabagismo do InCor, área de cardiologia, Dra. Jaqueline Scholz, alertou para os dados impactantes sobre a saúde dos usuários: “Os níveis de nicotina nos usuários de cigarro eletrônico podem ser extremamente elevados, muitas vezes superiores aos de usuários do cigarro convencional, quando o consumo do produto é diário e intenso. A nicotina é uma substância tóxica com efeito danoso ao sistema cardiovascular e responsável pela dependência química.
Impactos psicológicos e físicos
A pesquisa também revelou que 20% dos participantes gerais declaram ter alguma doença clínica, sendo asma, alergia e hipertensão as doenças mais frequentes. Quando comparados com a população não fumante da mesma faixa etária, os usuários de cigarro eletrônico apresentaram uma prevalência maior de asma, possivelmente relacionado ao uso desses dispositivos.
Em relação a saúde mental, 31% dos jovens entrevistados referiram ter distúrbios de ansiedade e depressão, com a ansiedade sendo a condição mais prevalente, representando 75% entre os respondentes jovens. Entre os usuários com concentração de nicotina muito elevada (> 400 mg/ml) a associação com ansiedade foi ainda maior, cerca de 41%. A dependência do cigarro eletrônico foi associada a um aumento nos níveis de ansiedade, especialmente entre aqueles que já possuíam problemas de saúde mental. “Ação da nicotina no cérebro causa sensação de bem-estar momentâneo, fazendo com que pessoas ansiosas tendam a usar o produto para esta finalidade, mas na medida que esta exposição se torna frequente a própria ausência da nicotina aumenta a sensação de ansiedade, tornando o consumo ainda mais intenso, dificultando o abandono”, esclarece a médica.
Níveis de nicotina alarmantes
Os dados mostram que os níveis de nicotina encontrados no organismo dos usuários de cigarro eletrônico com uso diário e intenso chegam a ser alarmantes. Isto correspondeu a 13% amostra e nesses indivíduos os níveis superaram em até 6 vezes o valor médio encontrado em fumantes de 20 cigarros/dia (média de 400 ng/ml). Esses indivíduos apresentaram valores de 1000, 2000, 3000 até máximo de 4530 ng/ml. Na média, este grupo apresentou concentração de 2400 ng/ml. Ela também destacou que, enquanto um fumante de cigarro tradicional costuma dar cerca de 200 tragadas por dia, os usuários de cigarro eletrônico com consumo elevado podem chegar a dar mais de 1500 tragadas dias.
“As pessoas não se incomodam em saber o que estão consumindo e não possuem interesse em saber e isso é um padrão comportamental que não é apenas do brasileiro é personificação de outros países também”, esclareceu a médica.
Perfil dos usuários de cigarro eletrônico
A pesquisa indicou que o uso de cigarro eletrônico a média de idade foi 27 anos, sendo 52% na faixa etária de 18 a 25 anos, com a maioria dos usuários sendo brancos, de classe média alta e com alta escolaridade. Aproximadamente 60% dos entrevistados eram usuários iniciantes, enquanto 40% eram ex-fumantes de cigarro tradicional, sendo que metade deles haviam deixado de fumar há algum tempo e a outra metade trocou o cigarro convencional pelo vape.
O estudo desmistifica o conceito de ser um produto mais seguro que o cigarro convencional, especialmente no quesito dependência nicotina, com tentativas pregressas de interromper o uso em mais de 70% dos usuários, chegando a 80% nos usuários que reportam dependência moderada a intensa. Cerca de 40% dos usuários estavam usando o produto a menos de 1 ano, cerca 46% usando de 1 há 3 anos e 18% usando há mais de 3 anos. A percepção da dependência se intensificou na medida que o tempo de uso aumentou, e com isto a elevação das concentrações de nicotina obtidas.
Considerações finais
A pesquisa do InCor, juntamente com outras entidades de saúde, revela que a média de idade total de usuários foi de 27 anos. O estudo destaca a urgência de se aumentar a conscientização sobre os riscos do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens. Embora esses dispositivos sejam frequentemente percebidos como uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, os dados revelam que eles apresentam riscos substanciais à saúde, com altos níveis de nicotina, potenciais problemas respiratórios e emocionais, além de uma alta taxa de dependência. A falta de regulamentação e controle sobre esses dispositivos no Brasil também levanta sérias preocupações sobre a segurança e o bem-estar dos usuários.
O estudo reforça a necessidade de políticas públicas eficazes e de campanhas educativas para proteger a saúde da população jovem e combater o uso indiscriminado de cigarros eletrônicos.
* Dados relevantes da Pesquisa
Cerca de 60% nunca fumaram
Cerca de 40% estão usando há um ano
Cerca de 44% usam entre 1 a 3 anos.
Entre os que nunca fumaram, a curiosidade foi o principal motivo para experimentar
Entre os ex-fumantes o motivo de uso foi substituição ao cigarro comum e/ou para parar de fumar cigarro convencional
A forma como conheceram o produto foi:
66% através de amigos e familiares; 16% publicidade (influencers); 18% conheceu o dispositivo por pesquisa própria, sendo isto mais frequente entre ex-fumantes.
Com relação a nicotina
54% revelaram não saber sobre nicotina
8% afirmaram que o produto não continha nicotina, mas neste subgrupo, a pesquisa encontrou nicotina em 55% nestes usuários
40% referiam saber da presença da nicotina presente no dispositivo
Dados Sócios-Demográficos
Cerca de 96% com a escolaridade superior
Renda
75% possuem renda superior a R$ 2.500,00
50% possuem renda superior a R$ 2.500,00
Etnia
70% brancos
22% pardos
8% negros
2% amarelos
*O Laboratório de Toxicologia da Rede Premium de Equipamentos Multiusuários contou como apoio da ACT – Promoção da Saúde.
Respire tranquilo: prevenindo a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
26/11/2024

Conhecida pela sigla DPOC, esta categoria engloba o enfisema pulmonar. É a sétima maior causa de mortes no Brasil, e é responsável por quase 25% das internações hospitalares. Apesar disso, poucas pessoas têm ciência do que ela é, e muitos dos que sofrem com ela não recebem um diagnóstico claro, prejudicando a prevenção e o tratamento.
Basicamente, a DPOC causa uma redução lenta e irreversível da capacidade de respirar, reduzindo o diâmetro dos brônquios ou a elasticidade do pulmão, acarretando em perda da capacidade de oxigenar o sangue. É bem mais prevalente entre os tabagistas: 70% dos acometidos fumam ou fumaram em algum momento de suas vidas. As mulheres fumantes, em particular, possuem um risco ainda mais elevado. Cigarros eletrônicos, maconha, infecções respiratórias que deixem cicatrizes, como a tuberculose, poluição atmosférica, inalação de fumaça de queima de biomassa, exposição a determinadas substâncias no trabalho ou deficiência congênita de enzimas protetoras do pulmão são outras causas.
Os sintomas de DPOC geralmente são leves no começo, o que dificulta o diagnóstico. Na maioria das pessoas tendem a se tornar mais perceptíveis a partir dos 50 anos, com um profundo impacto na saúde e na qualidade de vida do paciente.
- Falta de ar progressiva, inicialmente durante o exercício ou esforço, mas podendo afetar a pessoa mesmo em atividades cotidianas ou em repouso
- Tosse produtiva (com presença de catarro)
- Sibilância ou chiado no peito
- Perda de peso e de massa muscular (em casos avançados)
O ponto vital no combate à DPOC é saber que ela existe, assim como fazer exames e diagnóstico precoce. A doença pulmonar obstrutiva crônica não tem cura. É bem mais fácil preservar a função pulmonar do que restaurar o dano que a doença já causou.
O procedimento mais usado é a espirometria, que mede a capacidade dos pulmões. O tratamento é multidisciplinar e combina a eliminação dos fatores causadores da doença (como, por exemplo, a cessação do hábito de fumar), vacinação, atividade física regular, medicamentos devidamente prescritos.
Respirar é viver. Monitorar a função pulmonar com frequência é a melhor forma de assegurar o bem-estar da sua família. O InCor está sempre no aguardo.
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Dr. Alberto Cukier
Médico pneumologista
CRM-SP: 20443
InCor é destaque no Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica
23/10/2024

Projeto desenvolvido pelo InCor foi um dos grandes destaques do Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica, na categoria Prevenção e Promoção à Saúde.
A equipe liderada pelo Prof. Dr. Carlos Carvalho, diretor da Divisão de Pneumologia, desenvolveu um modelo preditivo para dizer quais pacientes internados por covid-19 estariam mais vulneráveis a sequelas pulmonares, sendo assim priorizados para exames de tomografia.
Foram avaliados 749 pacientes que durante a hospitalização haviam recebido oxigenação suplementar ou suporte ventilatório. Eles foram acompanhados meses após a alta e submetidos a testes simples, como a oximetria, gerando informações processadas pelo computador e uma equação matemática que calcula o risco pulmonar e a necessidade de realização da tomografia, sendo constatado que o modelo matemático por trás do software conseguia antever a evolução das lesões causadas por inflamação e fibrose nos pulmões.
Fizeram parte da equipe do Prof. Dr. Carlos Carvalho: Celina Lamas, Luis Augusto de Luna, Rodrigo Chate, João Marcos Salge, Marcio Sawamura, Carlos Toufen, Michelle Garcia, Paula Scudeller, Cesar Nomura, Marco Antonio Gutierrez, Bruno Baldi, Larissa Gois e Laura Azevedo.
InCor, sempre na vanguarda da tecnologia, para o avanço da Medicina e para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
InCor, campeão mundial em IA na Saúde
15/10/2024

Seguindo a tradição de quase meio século de inovação na saúde, o InCor conquistou o 1º lugar no George Moody Physionet Challenge 2024, em uma disputa que contou com a participação de mais de 50 países.
Sob a liderança dos Professores Marco Antônio Gutierrez, diretor da Unidade de Tecnologia da Informação, e José Eduardo Krieger, diretor do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular, o Instituto se destacou com o desenvolvimento de um algoritmo inovador capaz de classificar 11 tipos de arritmias cardíacas com alta precisão, utilizando tanto exames digitalizados quanto fotos de eletrocardiogramas (ECGs) em papel. Essa solução pioneira vai além das barreiras tecnológicas, permitindo diagnósticos precisos até mesmo em regiões com infraestrutura hospitalar limitada.
Esse reconhecimento reforça o compromisso do InCor com a inovação, utilizando tecnologias de ponta para transformar a Medicina e oferecer o melhor cuidado a milhares de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O futuro da saúde está sendo moldado aqui, no Brasil, e o InCor tem orgulho de fazer parte dessa revolução.
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Na foto, da esquerda para a direita: Prof. Matthew Reyna, co-organizador do evento; Felipe Dias, pesquisador sênior do Laboratório de Informática Biomédica; Prof. Marco Antônio Gutierrez, Diretor da Unidade de Tecnologia da Informação e do Laboratório de Informática Biomédica; Prof. Gari Clifford, organizador do evento.
InCor, o melhor hospital especializado em Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular da América Latina
18/09/2024

O ranking ‘World’s Best Specialized Hospitals 2025’, elaborado pela revista americana Newsweek em parceria com a consultoria Statista, reconhece, mais uma vez, o InCor como um dos melhores centros de saúde do mundo. Na edição 2025, divulgada nesta terça-feira (17), o Instituto manteve-se como o melhor hospital da América Latina nas categorias “Cardiologia” pelo 5º ano consecutivo, em 18º lugar (3 posições acima da última edição), e “Cirurgia Cardiovascular” pelo 4º ano consecutivo, em 37º lugar (6 posições acima da última edição).
O ranking é elaborado a partir de pesquisa com cerca de 40 mil profissionais (médicos, profissionais de saúde e gerentes de hospitais) e pacientes de mais de 20 países, ao longo do ano, tendo seus resultados validados por um conselho global de especialistas de renome na classe médica, premiando as melhores instituições de saúde especializadas em Cardiologia, Cirurgia Cardíaca, Oncologia, Endocrinologia, Neurologia, Neurocirurgia, Ortopedia, Gastroenteorologia, Pneumologia e Pediatria.
Com 47 anos de história, o InCor integra o Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, realizando mensalmente cerca de 20 mil consultas ambulatoriais, e com média de 2 mil pessoas atendidas em sua Unidade de Emergência Referenciada. Do total de atendimentos, 85% correspondem ao Sistema Único de Saúde.
Inaugurado em 10 de janeiro de 1977, o InCor é o legado de expoentes da Cardiologia e da pneumologia brasileira e internacional, entre eles os professores Euryclides de Jesus Zerbini, que liderou a equipe do primeiro transplante de coração da América do Sul e um dos precursores no mundo, Adib Jatene, que foi ministro da Saúde por duas vezes (1992 e 1995 a 1996), e Fulvio Pileggi, reconhecido como um grande incentivador do desenvolvimento da ciência médica em Cardiologia.
Questão de Saúde | Jovens podem sofrer infarto?
21/08/2024

Nos últimos anos, tem sido observado um aumento preocupante no número de casos de infarto entre jovens. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), o total de casos de infartos registrados por mês no Brasil mais que dobrou nos últimos 15 anos, e a média mensal de internações decorrentes subiu quase 160% no mesmo período – entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média. Esse novo cenário exige atenção e conscientização sobre os fatores de risco, os sintomas e, principalmente, as formas de prevenção.
Fatores de risco
O estilo de vida moderno contribui significativamente para o aumento dos casos de infarto em jovens. O sedentarismo, a má alimentação, o estresse, o uso excessivo de álcool e cigarro e o consumo de substâncias ilícitas são alguns dos principais fatores de risco. Além disso, a genética também pode ter um papel importante, especialmente em casos onde há histórico familiar de doenças cardiovasculares.
Sintomas
Os sintomas de um infarto podem variar, mas alguns sinais clássicos incluem dor ou pressão no peito, que pode irradiar para o braço, pescoço, mandíbula ou costas; falta de ar; suor frio; náuseas e tontura. É importante lembrar que, em alguns casos, os sintomas podem ser mais sutis, como uma dor leve no peito ou desconforto, o que faz com que muitas vezes o problema seja confundido com outras condições menos graves.
Prevenção
Com mudanças simples, mas eficazes, é possível evitar problemas cardiovasculares como o infarto. Manter uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e pobres em gorduras saturadas e trans é um passo fundamental. A prática regular de exercícios físicos, como caminhar, correr ou andar de bicicleta, também é essencial para manter o coração saudável.
Além disso, evitar o consumo de cigarro e controlar o uso de álcool são medidas importantes. Outro ponto crucial é o controle do estresse: técnicas de relaxamento, meditação e pausas no trabalho podem ajudar a aliviar a tensão diária. Por fim, é vital realizar check-up médico regularmente, pois exames preventivos podem detectar precocemente fatores de risco e ajudar na adoção de tratamentos eficazes.
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Prof. Dr. Carlos Alberto Pastore
Médico Cardiologista
CRM-SP: 24264 | RQE: 89106; 69372
Profissionais do InCor são destaque em congresso da SOCESP
18/06/2024

Diversos trabalhos apresentados por colaboradores do InCor foram premiados no 44º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), realizado entre os dias 30 de maio e 1 de junho, reforçando, mais uma vez, que a excelência do Instituto pode ser medida pelo reconhecimento – nacional e internacional – dos nossos profissionais.
Celeiro de grandes inovações, o Instituto promove o ambiente adequado para o aprimoramento do atendimento aos nossos pacientes. A evolução da medicina passa pelo InCor.
Confira a lista completa dos premiados:
Serviço de Psicologia
Trabalho: Intervenções psicológicas em grupo no contexto hospitalar: uma revisão integrativa da literatura
Autora: Beatriz Haga
Co-autores: Isabele Tenca, Danielle Watanabe
Diretor da área: Dra. Danielle Watanabe
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Serviço de Farmácia
Trabalho: Atuação do farmacêutico na desospitalização precoce de pacientes em uso de varfarina
Autora: Andressa Fernandes,
Co-autores: Alexander Soares, Nelson Saks Segundo, Regina Machtura, Fernanda Felipe de Lima, Tazia de Castro, Mariana Galante, Dra. Ana Lucia de Camargo
Diretora da área: Dra. Ana Lucia de Camargo
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Serviço de Fisioterapia
Trabalho: Balão Intra-aórtico axilar em pacientes com insuficiência cardíaca: elaboração de reabilitação cardíaca progressiva baseada na observação de uma série de casos
Autora: Rafaella Nery
Co-autores: Angela Inoue, Daniel Frungillo, Leonardo Ribeiro, Beatriz de Souza, Ana Maria da Silva, Dra. Silvia Helena Lage, Dra. Kelly Cristina Abud, Rafael Ianotti
Diretora da área: Dra. Kelly Cristina Abud
Trabalho: Redução no período de tamponamento isocápnico está associada a eventos cardíacos na insuficiência cardíaca sistólica
Autora: Geisa de Andrade
Co-autores: Juliana Nascimento, Fátima da Cruz, Patrícia de Oliveira, Daniela Regina Agostinho, Lawrence Cahalin, Gianni Mara dos Santos, Dra. Edimar Bocchi, Naomi Nakagawa
Diretora da área: Dra. Kelly Cristina Abud
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Coordenação de Enfermagem
Trabalho: A utilização de um suporte de mama específico para mulheres submetidas à revascularização do miocárdio: um estudo randomizado.
Autora: Thaís Silva
Co-autores: Julia Ono, Fabiana Cristina Miname, Prof. Dr. Luís Henrique Gowdak, Bruno Mioto, Renan dos Santos, Luiz Roberto Dallan, Dr. Luiz Antonio César.
Diretora da área: Dra. Jurema Palomo
Novas diretrizes para medir pressão em casa e no consultório médico
03/05/2024

A medição da pressão arterial é um fator crucial para o acompanhamento e tratamento da hipertensão. Por isso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) traçou novas recomendações para medição, tanto em casa quanto no consultório médico, trazendo mais segurança para o diagnóstico.
O documento ‘As Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório’, elaborado pela entidade, aponta que a verificação feita pelo profissional durante as consultas não deve ser a única referência para dar o diagnóstico preciso de hipertensão, pois estas medidas do consultório podem ter alterações que podem influenciar o diagnóstico correto. Por isso, as medidas da pressão realizadas fora do consultório, incluindo a monitorização ambulatorial de 24 horas (MAPA) ou medidas padronizadas no domicílio do paciente por meio de aparelhos validados (MRPA) devem ser consideradas pelo médico.
Mantendo os critérios da diretriz de Hipertensão de 2021, as novas recomendações indicam que a pessoa tem pressão alta se no consultório sua pressão arterial sistólica for igual ou maior que 140 mmHg e pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Nesses casos, classifica-se nos estágios 1, 2 ou 3.
Classificação da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em mmHg para medições realizadas nos consultórios médicos:
- Ótima: < 120 (PAS) e < 80 (PAD)
- Normal: 120-129 (PAS) e/ou 80-84 (PAD)
- Pré-hipertensão: 130-139 (PAS) e/ou 85-89 (PAD)
- Hipertensão estágio 1: 140-159 (PAS) e/ou 85-89 (PAD)
- Hipertensão estágio 2: 160-179 (PAS) e/ou 100-109 (PAD)
- Hipertensão estágio 3: ≥ 180 (PAS) e/ou ≥ 110 (PAD)
A novidade das diretrizes se refere aos critérios de hipertensão baseados nas medidas fora do consultório, tanto pela MAPA quanto pela MRPA.
Diagnóstico de hipertensão arterial baseado nas medições realizadas fora do consultório
- Mapa 24 horas: ≥ 130 (PAS) e/ou ≥ 80 (PAD)
- Mapa Vigília: ≥ 135 (PAS) e/ou ≥ 85 (PAD)
- Mapa Sono: ≥ 120 (PAS) e/ou ≥ 70 (PAD)
- MRPA: ≥ 130 (PAS) e/ou ≥ 80 (PAD)
As novas recomendações vem de encontro ao cuidado necessário para o tratamento e prevenção da hipertensão. Segundo dados do Ministério da Saúde, a hipertensão é a doença crônica mais comum no Brasil, atingindo 30 milhões de pessoas, sendo a principal causa de problemas cardiovasculares como o acidente vascular cerebral (AVC) e infarto.
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Prof. Dr. Luiz Aparecido Bortolotto
Médico Cardiologista
CRM-SP: 51365
Síndrome de Down e cardiopatia congênita
21/03/2024

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de metade das crianças com Síndrome de Down tem alguma cardiopatia congênita. Destes, 50% têm indicação cirúrgica até os três anos de idade. O melhor momento da indicação cirúrgica passa por uma série de fatores como, por exemplo, a repercussão da cardiopatia, que pode levar à hipertensão pulmonar, e o contato da criança com vírus respiratórios, que pode prejudicar a evolução dos sintomas e atrasar a cirurgia, além de trazer sequelas respiratórias.
Os três primeiros anos de vida do paciente com Síndrome de Down são muito importantes para o desenvolvimento motor. É nesse período que eles desenvolvem sua relação com o meio ambiente no sentido de interagir fisicamente. Aprender a alcançar objetos e deslocar-se são indispensáveis para, mais tarde, desenvolver a linguagem e suas relações sociais.
Segundo Kelly Abud, diretora do Serviço de Fisioterapia do InCor, uma criança com Síndrome de Down internada para cirurgia tem grandes restrições em seu contato com o meio, seja pelos sintomas da cardiopatia, seja pelo próprio procedimento. Com isso, as chances de atrasar o desenvolvimento motor aumentam. Por isso, a avaliação feita por um fisioterapeuta é muito importante, desde o pré-operatório até a alta hospitalar. Além do cuidado para manter os pulmões livres de secreção e expandidos, o fisioterapeuta é o profissional que sugere o melhor momento e o melhor tipo de estímulo à motricidade.
No InCor, a equipe de fisioterapeutas é especialista em cuidar de crianças com Síndrome de Down e cardiopatias congênitas, considerando todos os aspectos do desenvolvimento e pensando na inclusão social dos nossos pacientes.
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Kelly Abud
Fisioterapeuta
CREFITO-3: 17881-F
Dia Mundial das Doenças Raras. Conheça a doença de Fabry.
29/02/2024

Celebrado sempre no último dia de fevereiro, o Dia Mundial das Doenças Raras é uma data importante para a conscientização sobre a existência de diversas condições que, mesmo sendo raras, impactam a vida de milhões de pessoas, trazendo desafios únicos e complexos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 13 milhões de brasileiros têm alguma das doenças classificadas como raras – em geral são crônicas, progressivas e que afetam a qualidade e reduzem a expectativa de vida dos pacientes. Há mais de 6 mil doenças catalogadas e, entre essas, está a doença de Anderson Fabry – ou apenas doença de Fabry.
A doença de Fabry é uma condição genética hereditária que afeta cerca de 1 em 40.000 a 60.000 pessoas, em sua grande maioria indivíduos do sexo masculino. Ela causa uma deficiência na enzima responsável por metabolizar gorduras, levando a um acúmulo prejudicial em várias partes do corpo. Os sintomas variam, podendo ocorrer nódulos na pele, problemas oculares, insuficiência renal e até doenças cardiovasculares, como arritmias, infarto agudo do miocárdio ou insuficiência cardíaca.
O Dr. Fábio Fernandes, diretor da Unidade Clínica de Miocardiopatia e Doenças da Aorta do InCor, alerta para a importância do diagnóstico precoce das doenças raras, como a doença de Fabry, ainda muito negligenciadas. Com o tratamento adequado, no momento certo, é possível controlar os sintomas e permitir ao paciente uma vida com mais qualidade e menos sofrimento.
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Dr. Fábio Fernandes
Médico Cardiologista
CRM-SP: 75597
Vacina contra a dengue no SUS
16/02/2024

A vacinação contra a dengue no Brasil, iniciando com crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, é uma resposta crucial à recente epidemia intensificada pelas mudanças climáticas em 2023, que trouxeram a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus no país. E O fenômeno El Niño contribuiu ainda mais para essa situação incomum.
A aprovação da vacina QDENGA® (TAK-003) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma esperança adicional na luta contra a doença. Com base em 19 estudos e mais de 28 mil participantes, a vacina tetravalente será administrada em duas doses, visando a prevenção da dengue em indivíduos de 4 a 60 anos.
O início da vacinação em fevereiro, focando nas faixas etárias mais propensas a complicações, terá os esforços concentrados em municípios com mais de 100 mil habitantes e alta incidência de dengue, reforçando a importância de medidas preventivas e destacando o papel crucial da vacinação na saúde pública.
Vale ressaltar que a imunização não é indicada para idosos, gestantes, lactantes e pacientes imunodeprimidos.
A imunização contra a dengue é um passo importante no controle da doença. Mas, igualmente importante, é a participação da população no combate ao mosquito Aedes aegypti. Não deixe água parada em vasos, pneus ou qualquer recipiente. Limpe as calhas e mantenha piscinas e caixas d'água fechadas e não esqueça do repelente. E fique de olho nos sintomas, como febre alta, dor de cabeça e nas articulações. Ao primeiro sinal de infecção, procure a unidade de saúde mais próxima da sua residência.
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Profa. Dra. Tânia Strabelli
Médica Infectologista
CRM-SP: 48217 | RQE: 114242
Diretora da Unidade de Controle de infecção Hospitalar do InCor
Dra. Nana Ikari
Médica Cardiologista
CRM-SP: 36243 | RQE: 16311
Diretora da Unidade de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatia Congênita no Adulto do InCor
Dra. Vanessa Guimarães
Médica Cardiologista
CRM-SP: 118641 | RQE: 52170
Cardiologista Pediátrica da Unidade de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatia Congênita no Adulto do InCor
Conheça o CardioGen, o centro de medicina de precisão em Cardiologia do InCor
01/02/2024

As doenças cardiovasculares representam 30% das mortes no Brasil e são a maior causa de morte no mundo (Malta et al, 2020). A evolução das ômicas e das testagens de biomarcadores demonstram um potencial diagnóstico, para estratificação de risco e para manejo clínico que vai além de um grupo de doenças mendelianas com fenótipos extremos. Entretanto, os testes genéticos para as doenças cardiovasculares encontram inúmeras barreiras e são realizados de maneira reativa e para um número pequeno de pacientes e não de forma antecipativa e sistêmica.
As barreiras vão além do acesso, devido aos custos e a dependência de instrumentação e insumos importados, e incluem a falta de capacitação de profissionais de saúde e de critérios para testagem e interpretação dos resultados. Outro desafio é como integrar estes dados às linhas de cuidado levando-se em conta dados clínico-laboratoriais, epidemiológicos e familiares para a construção de estratégias diagnósticas e de manejo clínico-terapêutico individualizadas.
O Centro de Medicina de Precisão em Cardiologia (CardioGen) foca suas atividades nestas lacunas e disponibiliza o diagnóstico molecular e a sua interpretação, os processos e a capacitação de médicos e não médicos para integrar estes dados às linhas de cuidado e fornece as bases para o relacionamento com o paciente e familiares por meio de aconselhamento genético.
Para estas atividades, o CardioGen implementa estratégias para utilização de biomarcadores genéticos para aumentar a eficiência no diagnóstico, estratificação de risco e manejo de doenças cardiovasculares por meio de atividades que incluem:
> Estabelecer e validar estratégias para determinar a base molecular associada às doenças cardiovasculares em modelo de medicina de precisão individualizada extensiva a familiares quando houver indicação.
> Estabelecer processos para incorporação destas informações diagnósticas às linhas de cuidado e manejo clínico-terapêutico destas patologias.
> Determinar o espectro e frequência de variantes genéticas associadas as doenças cardiovasculares encontradas na população estudada.
> Ser referência e treinar as equipes dos centros colaboradores (médicos e não médicos) quanto a critérios para solicitar e interpretar os resultados considerando-se os dados clínicos, epidemiológicos e familiares dos pacientes.
> Oferecer aconselhamento genético aos participantes e familiar és rastreamento clínico e/ou genético de familiares quando houver indicação.
Por meio de uma equipe multidisciplinar, o CardioGen oferece:
> Avaliação da necessidade de realização de testes genéticos para doenças cardiovasculares (com base na suspeita clínica, história familiar, dados clínico- laboratoriais e, quando necessário, complementados por investigação adicional e especializada das alterações de ritmo cardíaco e da estrutura e função miocárdica por meio de ecocardiografia).
> Discutimos a pertinência do teste e antecipamos potenciais desfechos para o paciente e para os familiares por meio de entrevista com profissionais especializados.
> Disponibilizamos acesso as diferentes plataformas para identificação de alterações genéticas por sequenciamento de DNA.
> Analisamos e interpretamos os resultados da investigação genética.
> Realizamos consultas pós-teste presenciais e a distância para discutir os resultados do laudo médico da avaliação genética e as recomendações da equipe para o paciente, seus familiares e profissionais de saúde que o assiste.
Como ser atendido?
O atendimento é voltado para pacientes com suspeita clínica de doença que pode se beneficiar da investigação genética para fins diagnósticos, classificação de risco e manejo clínico do paciente e de eventuais familiares. Para pacientes em tratamento na rede pública de saúde, o encaminhamento deve ser feito pela equipe médica responsável pelo atendimento.
Para saber mais sobre o CardioGen e os serviços oferecidos, acesse: https://cardiogen.incor.usp.br
Cirurgiões pediátricos do InCor realizam procedimento inédito com ventrículo artificial
10/01/2024

Alexander Martinez, de apenas 15 anos, se tornou a primeira pessoa na América Latina que nasceu com “metade do coração” a receber um ventrículo artificial, dispositivo auxiliar que pode ser usado para apoiar pacientes com insuficiência cardíaca, em procedimento realizado no InCor pela equipe liderada pelo Dr. Luiz Fernando Caneo.
Alexander nasceu com ventrículo único funcional, que é quando o coração não tem as duas câmaras de bombeamento (ventrículos) funcionando separadamente, como deveria. Com isso, ele precisou ser submetido a três cirurgias cardíacas.
Com o passar dos anos, mesmo com esses três procedimentos, a situação evoluiu para insuficiência cardíaca (quando o coração não consegue bombear a quantidade de sangue de que o corpo precisa) e hipoxemia (oxigenação sanguínea baixa). Somado a isso, um transplante não era indicado devido à ausência de uma artéria pulmonar.
Assista a reportagem e saiba mais sobre o procedimento cirúrgico.
InCor incorpora tecnologia de imagem que usa inteligência Artificial para angioplastias.
17/03/2023

De forma inédita na América do Sul, instituição passa a utilizar protocolo com suporte de tecnologia de imagem para desobstrução de artérias em tratamento minimamente invasivo
O InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) é a primeira instituição na América do Sul a utilizar inteligência artificial (IA) em um procedimento de angioplastia como apoio para a desobstrução de artérias de pacientes. Os primeiros casos começaram a ser tratados em março, por equipe de cardiologistas do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, em pacientes com histórico de infarto e que precisavam passar por uma angioplastia.
A partir de uma plataforma de imagem de tomografia de coerência óptica (OCT) com o novo Software Ultreon 1.0, desenvolvido pela Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, cardiologistas do InCor serão pioneiros no protocolo para tratar a obstrução de vasos e artérias coronárias de forma minimamente invasiva.
A angioplastia é o principal tratamento para infarto agudo do miocárdio e o método mais utilizado para desobstruir as artérias do coração em caso de angina (dor no peito). Entre os procedimentos minimamente invasivos registrados no instituto, a angioplastia é o segundo em maior volume, com cerca de 200 realizadas ao mês, atrás apenas de cateterismo.
“Esta tecnologia inovadora terá grande benefício clínico para o tratamento de nossos pacientes, diminuindo chances de intercorrências e a necessidade de uma nova intervenção”, ressalta o presidente do Conselho Diretor do InCor, Dr. Roberto Kalil Filho.
O InCor também será o primeiro centro de referência para treinamento de especialistas do Brasil e de outros países para uso da tecnologia, que participarão de procedimentos e aulas na instituição. “Além de estar na vanguarda da inovação com a incorporação e lançamento desta plataforma, o InCor se reafirma como hospital referência para formação e preparação de especialistas na prática médica”, ressalta o Dr. Alexandre Abizaid, diretor do Departamento de Cardiologia Intervencionista.
O procedimento consiste em colocar stents nas artérias bloqueadas (por gordura ou cálcio, por exemplo) para liberar o fluxo sanguíneo e evitar o risco de um novo infarto. De acordo com Dr. Carlos Campos, médico assistente do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do InCor e coordenador da incorporação da tecnologia na unidade, “esta integração de inteligência artificial a um procedimento minimamente invasivo vem para transformar e melhorar a cardiologia intervencionista e o tratamento a pacientes.”
O sistema de imagem combina a tomografia de coerência óptica (OCT) com a automação da inteligência artificial e do algoritmo para fornecer, em tempo real, dados e imagens mais aprimoradas e abrangentes da artéria que precisa ser desobstruída. Com isso, o profissional médico tem condições para tomar decisão sobre o melhor caminho para o tratamento, antecipar riscos e diminuir as chances de um novo procedimento.
“A inteligência artificial realiza uma análise automática das características da placa que está entupindo a artéria e isso nos permite planejar com muito mais precisão a estratégia e a qualidade do implante do stent. Para nós é como ver a perspectiva interna da artéria, como uma visão de microscópio”, explica Dr. Carlos Campos.
À medida que cardiologistas continuam a adotar a OCT e se distanciam de métodos tradicionais de imagem, como a angiografia, tecnologias emergentes como a de Ultreon são essenciais para determinar o melhor rumo de atendimento ao paciente. Dados recentes mostram que quando a OCT é combinada com o algoritmo MLD MAX da Abbott, um fluxo de trabalho padronizado, ajuda a orientar e otimizar as decisões de implante de stent e os médicos alteram sua estratégia de tratamento em 88% dos bloqueios de artérias coronárias.1
“O lançamento desta tecnologia no Brasil demonstra o compromisso da Abbott com a inovação contínua na comunidade vascular global por meio dos mais recentes dispositivos e tecnologias médicas”, diz Mara Rinaldi, Gerente Geral da Divisão Vascular da Abbott no Brasil.
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