Exercício melhora vida de pacientes com LAM (título)
Mulheres com Linfangioleiomiomatose pulmonar (LAM), uma doença que reduz a capacidade respiratória, podem e devem praticar exercícios, confirma estudo recente. (olho com o cerne da notícia)
As atividades aeróbica e de musculação, regulares, não só são uma intervenção segura, como melhoram a capacidade física, atenuam a dispnéia e elevam a qualidade de vida de pessoas com LAM, mostrou o ensaio clínico controlado sobre Reabilitação Pulmonar em LAM, da Divisão de Pneumologia, do Incor*. O estudo incluiu 40 pacientes atendidas no ambulatório da Divisão, todas mulheres.
A Linfangioleiomiomatose pulmonar é uma doença rara e de etiologia desconhecida, que afeta principalmente mulheres no periodo fértil, entre os 25 e 48 anos. O objetivo dos pesquisadores foi avaliar a segurança e eficácia da reabilitação pulmonar na LAM com base em um programa de exercícios moderado: 24 sessões de treino físico, duas vezes por semana, divididos em 30 minutos de caminhada na esteira e 30 minutos de musculação.
O principal resultado observado foi a confirmação da capacidade de exercício das pacientes, medido em tempo de resistência durante teste de esforço em ritmo constante. Além de conseguirem se exercitar, as mulheres passaram a ter menos sintomas de dispnéia e maior disposição física com o treino. Sintomas de falta de ar, desconforto nas pernas, ritmo cardiaco e de saturação do oxigênio arterial, aferido por oximetria de pulso (SpO2), foram monitorados a cada 5 minutos.
O treino de musculação inicial contemplou três séries de oito repetições para cada tipo de exercício, cuja carga foi de 50% of one-repetition maximum[SC1] . Quando a paciente conseguia fazer mais de doze repetições por série, a carga foi aumentada (de qto era e para quanto foi?).As mulheres também receberam informação sobre a fisiopatologia da LAM e o tratamento, auto-cuidado, fisiologia do exercício e a importância da atividade física. As pacientes tinham de participar de 80% do programa de treinamento (ao menos 20 sessões) para ter os resultados de seu desempenho avaliados. As mulheres que compunham o grupo controle receberam as mesmas informações sobre a doença e a importância da atividade física, mas forma aconselhadas a não mudar sua rotina de atividade física anterior ao estudo até o final do mesmo.
Este foi o primeiro ensaio clinico conhecido dos pesquisadores que investigou os efeitos de um programa de reabilitação pulmonar na LAM e obteve como resultado o principal desfecho mencionado: a melhoria notável da capacidade de exercício, medida pelo tempo de resistência durante o teste de esforço em uma curta distância e a um ritmo constante. Os demais resultados do ensaio clinico que vale destacar foram os seguintes: aumento do pico de consume de oxigênio (V'O2); redução da dispnéia; aumento da atividade física diária; melhora da qualidade de vida relacionada com a saúde e a força muscular. A tendência de melhoria dos sintomas de
depressão foi também observada e o programa foi seguro, bem tolerado e teve uma alta taxa de adesão.
*Araujo M.S,Baldi BG, Freitas CSG, Albuquerque, ALP, Marques da Silva CCB, Kairalla RA, Carvalho, CRF e Carvalho CRR -- Pulmonary rehabilitation in lymphangioleiomyomatosis: a controlled clinical trial, Eur Respir J 2016; 47: 1452–1460 | DOI: 10.1183/13993003.01683-2015 (referência bibliográfica completa, para consulta do interessado)
Para saber mais (artigos recomendados para um melhor entendimento da questão da pesquisa):
MEDEIROS JUNIOR, Pedro; CARVALHO, Carlos Roberto Ribeiro. Linfangioleiomiomatose pulmonar. J. bras. pneumol., São Paulo , v. 30,n. 1,p. 66-77,Feb.2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132004000100013&lng=en&nrm=iso>. access on 30 Sept. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132004000100013.
[SC1]Qual a carga dos exercícios de musculação?