MIRACL

(Myocardial Ischemia Reduction with Agressive Cholesterol Lowering Study)

 

Planejamento do estudo. Estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado comparando o artovastatina com placebo em pacientes com diagnóstico de síndrome coronária aguda (angina instável e infarto do miocárdio sem supradesnivelo do segmento ST). O estudo alocou um total de 3 086 pacientes com idade superior a 18 anos e tempo entre 24 a 96 horas do momento da hospitalização. Participaram do estudo 122 centros da América do Norte, Europa, África do Sul e Austrália; tendo sido recrutado os pacientes entre maio de 1997 a setembro de 1999.

Desenho do estudo.

Características dos pacientes. Idade média: 65 anos. Sexo feminino: 35%. Tempo médio de admissão até a randomização foi de 63 horas.

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Desfechos primários. Composição de óbito decorrente de causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal, parada cardiorespiratória com ressuscitação, ou isquemia recorrente com nova hospitalização.

Desfechos secundários. Qualquer desfecho primário isoladamente, Acidente Vascular Cerebral (AVC), revascularização miocárdica (cirúrgica ou angioplastia), piora da insuficiência cardíaca, piora da angina com nova hospitalização sem sinais de isquemia miocárdica, ou .alteração nos níveis plasmáticos dos lípides ao final do estudo.

Dose empregada. Foram administrados 80 mg por dia, via oral de artovastatina ou placebo de mesmo aspecto por 16 semanas.

Resultados. O primeiro objetivo da evolução ocorreu em 228 (14,8%) dos pacientes no grupo artovastatina e em 269 (17,4%) dos pacientes no grupo placebo (risco relativo [ RR] da artovastatina em comparação com o placebo: 0,84; intervalo de confiança [ IC] 95%, 0,70 a 1,0; P < 0,048). Não houve diferença significante no risco de morte, infarto do miocárdio não fatal, parada cardiorespiratória entre o grupo artovastatina e o grupo placebo, embora o grupo artovastatina tivesse menor risco de sintomas de isquemia recorrente com nova hospitalização (6,2% Vs 8,4%; RR = 0,74; IC 95%, 0,57 a 0,95; P = 0,02). Não houve também diferença significativa entre o grupo artovastatina e o grupo placebo em relação aos desfechos secundários de revascularização miocárdica, insuficiência cardíaca, ou angina com nova hospitalização sem sinais de isquemia miocárdica, entretanto houve menor número de AVCs no grupo artovastatina do que no grupo placebo (12 Vs 14 eventos; P = 0,045). No grupo artovastatina, os níveis plasmáticos de LDL colesterol reduziram de 124 mg/dl para 72 mg/dl. As transaminases hepáticas alteraram (> três vezes acima do normal) mais freqüentemente no grupo artovstatina que no grupo placebo (2,5% Vs 0,6%; P = 0,001).

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Conclusão. Para pacientes com síndrome coronária aguda, a terapia de redução de lípides com artovstatina, 80 mg por dia, reduz eventos isquêmicos recorrentes nas primeiras 16 semanas, e principalmente os sintomas de isquemia recorrente com nova hospitalização.

 

JAMA 2001,285(13):1711-18

Resumo.

Dra. Núbia Welerson Vieira

Pós-graduanda do Departamento de Cardio-Pneumologia da FMUSP (InCor-HC/FMUSP)

 

Revisão.

Prof. Dr. José Antonio Franchini Ramires

Prof. Titular do Departamento de Cardio-Pneumologia da FMUSP (InCor-HC/FMUSP)

 

Diretor Geral do Instituto do Coração (InCor-HC/FMUSP)


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