CURE
The Clopidogrel in Unstable Angina to Prevent Recurrent Events
Planejamento do estudo. Estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado comparando o clopidogrel com placebo em pacientes com diagnóstico de síndrome coronária aguda sem supradesnivelo do segmento ST. Foram alocados 12 562 pacientes com tempo de evolução dos sintomas inferior a 24 horas no momento da hospitalização. Os pacientes foram recrutados entre dezembro de 1998 a setembro de 2000 em 482 centros em 28 países.
Características dos pacientes. Idade média: 64.2± 11.3 anos. Sexo feminino: 38%. Tempo de início da dor até a randomização: 14 horas.
Clique na imagem para ampliar Desfechos primários. (1) Composição de óbito decorrente de causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal, ou acidente vascular cerebral (AVC). (2) Composição do primeiro objetivo primário ou isquemia refratária.
Desfechos secundários. (1) Isquemia grave, (2) Insuficiência Cardíaca e (3) Necessidade de revascularização miocárdica.
Dose empregada. Foi administrado, imediatamente, uma dose de impregnação de clopidogrel (300 mg via oral) ou placebo de mesmo aspecto. A dose de manutenção foi de 75 mg por dia de clopidogrel ou placebo de mesmo aspecto por um período de três a 12 meses (duração média de tratamento, nove meses). A aspirina (dose recomendada, 75 mg ou 325 mg ao dia) foi iniciada ou mantida simultaneamente com o medicamento em estudo.
Clique na imagem para ampliar Resultados. O primeiro objetivo da evolução ocorreu em 9,3% dos pacientes no grupo clopidogrel e em 11,4% dos pacientes no grupo placebo (risco relativo do clopidogrel em comparação com o placebo: 0,80; intervalo de confiança 95%, 0,72 a 0,90; P < 0,001). O segundo objetivo primário da evolução ocorreu em 16,5% dos pacientes no grupo do clopidogrel e em 18,8% dos pacientes no grupo placebo (risco relativo, 0,86; P < 0,001). As porcentagens de pacientes internados com isquemia grave ou refratária, insuficiência cardíaca e procedimentos de revascularização foram também significativamente mais baixas com o clopidogrel. Ocorreram números significativamente maiores de pacientes com sangramento importante no grupo do clopidogrel do que no grupo placebo (3,7% Vs 2,7%; risco relativo, 1,38; P = 0,001), porém não ocorreram números significativamente maiores de pacientes com epsódios de hemorragia com risco de vida (2,1% Vs 1,8%, P = 0,13) ou AVC hemorrágico.
Clique na imagem para ampliar Conclusão. O agente antiplaquetário, o clopidogrel, apresentea efeitos benéficos em pacientes com síndromes coronárias agudas sem supradesnivelamento do segmento-ST; reduzindo significativa-mente o risco da evolução composta de óbito decorrente de causas vasculares, do infarto do miocárdio não fatal, ou AVC, bem como de uma variedade de eventos isquêmicos relacionados. No entanto, o uso do medicamento em conjunto com a aspirina, esta associado com um aumento do risco de sangramento.
N Engl J Med 2001,345(7):494-502
Resumo.
Dra. Núbia Welerson Vieira
Pós-graduanda do Departamento de Cardio-Pneumologia da FMUSP (InCor-HC/FMUSP)
Revisão.
Prof. Dr. José Antonio Franchini Ramires
Prof. Titular do Departamento de Cardio-Pneumologia da FMUSP (InCor-HC/FMUSP)
Diretor Geral do Instituto do Coração (InCor-HC/FMUSP)